Capela dourada do Recife - A alma de ouro de Pernambuco
Agora lábios meus
dizei, dizei e anunciai:
Sobre a sua terra amada
está a capela radiosa.
Tem na alma entalhada
sua sina venturosa.
As sete dores do filho,
sua História tormentosa.
As sete dores da terra
no seu peito se cravaram.
Nas volutas do seu corpo
sete pregos se travaram.
Na madeira recortada
a alma do filho entalharam.
Casa santa do mistério
tens paredes delirantes.
Bordadas com ouro puro
tens alfaias com brilhantes,
Tu guardas no teu sacrário
as almas dos teus infantes.
De Pernambuco insurgente,
pairam nomes e espiritos.
De Caneca e Miguelinho
talvez sejam esses gritos:
Liberdade! Liberdade!
contra os baianos aflitos.
Ouve aqui ó Pernambuco
o canto do teu passado
que meus lábios anunciam
no ouro dos entalhados
do teu altar e tabernáculo
pela história preservado.
Quando em dias já passados,
João e Pedro quase te matam,
foi neste teu relicário
que no cedro entalharam,
a tua alma, ó Pernambuco!
e no ouro te encarnaram.
Ressoando nos teus sinos,
se a Francisco celebram
ou mesmo se as sete dores
de Pernambuco relembram:
Alagoas e São Francisco,
orando muitos lamentam.
Aqui no teu tabernáculo
teus arcos são evocados
Conceição e Santo Antônio
e Bom Jesus são chorados.
Templos do Corpo Santo
e Martírios são lembrados.
Eis aqui caros irmãos
este evangelho dourado,
o punhal das sete dores
em Pernambuco cravado,
num crucifixo de ouro
aqui para sempre guardado.
Agora lábios meus
dizei, dizei e anunciai!
Louvores a Pernambuco
dizei, dizei e pronunciai!
FONTE:"http://marcoscordeiro-poeta.blogspot.com/2010/05/capela-dourada-do-recife-alma-de-ouro.html"
BARROCO
Páginas do Blog
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
--CURIOSIDADES--
- O termo "Barroco" advém da palavra portuguesa homónima que significa "pérola imperfeita", ou por extensão jóia falsa.
- A palavra foi rapidamente introduzida nas línguas francesa e italiana.
- O Sermão de Santo Antônio, do Padre Antônio Vieira, pode ser chamado também de Sermão aos peixes;
- Além de gongorismo e quevedismo, os nomes seiscentismo, marinismo, rococó, preciosismo e silesianismo correspondem ao Barroco;
- O barroco foi desenvolvido no século XVII. Nesse período, o terror provocado pela inquisição tentava limitar pensamentos, manifestações culturais e impôr a austeridade.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
BARRO EM PERNAMBUCO
A arte barroca (séc. XVII e XVIII) que se
desvela dentro de uma historicidade,
estabelecida como ideologia religiosa (em
defesa da Contra-Reforma), política (poder
Absolutista), colonialista - empregada como
missão de persuasão e aculturação (domínio de ânimos dos colonizados) - e criada pela
Igreja Católica, respaldada pelo Concílio de
Trento (1563) que ditou as regras dessa arte,
transforma a estética em objeto de propaganda
de um status quo e em manutenção da ordem
social-política-religiosa. Em solo
pernambucano, os portugueses trouxeram a
ideologia, o esboço da sua arte barroca. Não
foram inócuos, mas a própria região deu conta
de trabalhar o estilo Barroco com
características peculiares.
Olinda, a primeira capital, com seus belos
monumentos, erguidos entre manguezais pelos
portugueses como o Mosteiro de São Bento, o
Convento dos Franciscanos, são respeitados
pela cidade nova. Desse modo, tornou-se um
simples arrabalde.
Devido a ocupações e invasões, o traçado
arquitetônico tanto em Recife como em Olinda
acompanhava esses dois fatores. Ora
conservados, ora destruídos. A hibridez entre a vitória dos vencedores e o fracasso dos
vencidos resultou em novas igrejas e no
desgaste de vários monumentos causado pelos
conflitos. Em 1654, os holandeses foram
expulsos. Como conseqüência das batalhas
deixaram Recife arrasada. Dos escombros, a
cidade se ergueu atrelada ao Barroco. Igrejas
setecentistas surgiram à beira das águas dos
canais e dos rios.
Devemos ponderar, antes de mais nada,
uma premissa básica: o barroco brasileiro de
Setecentos foi um braço do de Portugal;
distintos, contudo complementares. As
características formais do barroco português
são a curvilinealidade, com referências à
pompa do maneirismo jesuítico de Quinhentos
e Seiscentos.
O barroco brasileiro adquiriu feição
extremamente original em igrejas como as de
Minas Gerais, Salvador, Recife, Olinda e Rio de
Janeiro. O novo está no tratamento elegante à pedra, como também na criatividade e
opulência de sua talha, de delicado recorte
coberta de ouro. Assim como, o foco da
dramaticidade na escultura sacra (em madeira
ou em pedra-sabão) subverte o divino para se
tornar mais humano. Em Aleijadinho vemos a
quintessência, o baluarte, desta dramaticidade
artística. Nosso imaginário apresentou-se mais
carregado de emoções e sentimentos
humanos.
desvela dentro de uma historicidade,
estabelecida como ideologia religiosa (em
defesa da Contra-Reforma), política (poder
Absolutista), colonialista - empregada como
missão de persuasão e aculturação (domínio de ânimos dos colonizados) - e criada pela
Igreja Católica, respaldada pelo Concílio de
Trento (1563) que ditou as regras dessa arte,
transforma a estética em objeto de propaganda
de um status quo e em manutenção da ordem
social-política-religiosa. Em solo
pernambucano, os portugueses trouxeram a
ideologia, o esboço da sua arte barroca. Não
foram inócuos, mas a própria região deu conta
de trabalhar o estilo Barroco com
características peculiares.
Olinda, a primeira capital, com seus belos
monumentos, erguidos entre manguezais pelos
portugueses como o Mosteiro de São Bento, o
Convento dos Franciscanos, são respeitados
pela cidade nova. Desse modo, tornou-se um
simples arrabalde.
Devido a ocupações e invasões, o traçado
arquitetônico tanto em Recife como em Olinda
acompanhava esses dois fatores. Ora
conservados, ora destruídos. A hibridez entre a vitória dos vencedores e o fracasso dos
vencidos resultou em novas igrejas e no
desgaste de vários monumentos causado pelos
conflitos. Em 1654, os holandeses foram
expulsos. Como conseqüência das batalhas
deixaram Recife arrasada. Dos escombros, a
cidade se ergueu atrelada ao Barroco. Igrejas
setecentistas surgiram à beira das águas dos
canais e dos rios.
Devemos ponderar, antes de mais nada,
uma premissa básica: o barroco brasileiro de
Setecentos foi um braço do de Portugal;
distintos, contudo complementares. As
características formais do barroco português
são a curvilinealidade, com referências à
pompa do maneirismo jesuítico de Quinhentos
e Seiscentos.
O barroco brasileiro adquiriu feição
extremamente original em igrejas como as de
Minas Gerais, Salvador, Recife, Olinda e Rio de
Janeiro. O novo está no tratamento elegante à pedra, como também na criatividade e
opulência de sua talha, de delicado recorte
coberta de ouro. Assim como, o foco da
dramaticidade na escultura sacra (em madeira
ou em pedra-sabão) subverte o divino para se
tornar mais humano. Em Aleijadinho vemos a
quintessência, o baluarte, desta dramaticidade
artística. Nosso imaginário apresentou-se mais
carregado de emoções e sentimentos
humanos.
CARACTERISTICAS
Características:
1) Arte da Contra-Reforma, expressando a crise do Renascimento, com a destruição da harmonia social aristocrática-burguesa através das guerras religiosas. Os jesuítas que surgem, neste período, combatem os protestantes e espalham pelo mundo católico a sua implacável ideologia teocêntrica.
2) Conflito entre corpo e alma. Dividido entre os prazeres renascentistas e o fervor religioso, o homem barroco oscila entre:
· a celebração do corpo, da vida terrena, do gozo mundano e do pecado;
· os cuidados com a alma visando à graça divina e à salvação para a vida eterna.
3) Temática do desengano (o desconcerto do mundo): a vida é breve, a vida é sonho, viver é ir morrendo aos poucos. Aguda consciência da efemeridade da existência e da passagem do tempo.
4) Linguagem ornamental, complexa, entendida como jogo verbal, cheia de antíteses, inversões, metáforas, alegorias, paradoxos, ausência de clareza. É um estilo complicado que traduz os conflitos interiores do homem barroco
2) Conflito entre corpo e alma. Dividido entre os prazeres renascentistas e o fervor religioso, o homem barroco oscila entre:
· a celebração do corpo, da vida terrena, do gozo mundano e do pecado;
· os cuidados com a alma visando à graça divina e à salvação para a vida eterna.
3) Temática do desengano (o desconcerto do mundo): a vida é breve, a vida é sonho, viver é ir morrendo aos poucos. Aguda consciência da efemeridade da existência e da passagem do tempo.
4) Linguagem ornamental, complexa, entendida como jogo verbal, cheia de antíteses, inversões, metáforas, alegorias, paradoxos, ausência de clareza. É um estilo complicado que traduz os conflitos interiores do homem barroco
PADRE ANTONIO VIEIRA - SUA BIOGRAFIA
Nome Completo
Antônio Vieira
Quem foi
Padre Antônio Vieira foi um importante religioso, orador e escritor português do século XVII. Atuou, no Brasil, como missionário da Companhia de Jesus. É considerado um dos principais escritores e oradores sacros do barroco brasileiro.
Nascimento
Padre Antônio Vieira nasceu na cidade de Lisboa (Portugal) em 6 de fevereiro de 1608.
Morte
Padre Antônio Vieira morreu na cidade de Salvador (Bahia) em 18 de julho de 1697.
Principais realizações e atividades
- Foi professor de Retórica na cidade de Olinda.
- Atuou como missionário católico, defendendo a liberdade dos indígenas brasileiros.
- Escreveu importantes sermões, considerados importantes exemplos da literatura barroco brasileira.
- Foi Visitador-Geral da Província do Brasil.
Principais obras
- Sermão de Santo Antônio aos Peixes
- Sermão da Sexagésima
- Sermão da Quinta Dominga da Quaresma
- Sermão do Bom Ladrão
- Sermão do Mandato
- Sermão do Espírito Santo
- Sermão Pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal, contra as da Holanda
- Sermão de Nossa Senhora do Rosário
Frases
- "Sem Angola, não há negros e sem negros não há Pernambuco."
- "Ódio e Amor são os dois mais poderosos afetos da vontade humana."
- "Para falar ao vento bastam palavras;, mas para falar ao coração são necessárias obras."
GREGORIO DE MATOS - AUTO BIOGRAFIA
Quem foi
Gregório de Matos e Guerra foi um importante poeta colonial brasileiro do século XVII. Nasceu em 7 de abril de 1633, na cidade de Salvador (Bahia).
Vida e obras
Era de uma família rica, formada por empreiteiros e altos funcionários administrativos. Estudou num colégio Jesuíta da Bahia e depois continuou seus estudos na cidade de Lisboa e depois na Universidade de Coimbra, onde se formou em Direito. Neste país fez carreira de jurista.
Ao retornar ao Brasil, passa a viver de trabalhos na área jurídica, mas também começa sua dedicação à literatura. Passa a escrever sátiras sobre a sociedade da época. Em função de suas críticas duras aos integrantes da sociedade (políticos, religiosos, empresários) ganhou o apelido de “boca do inferno”. Também escreveu poemas de caráter erótico e amoroso.
As autoridades locais começaram a ficar descontentes com as críticas e passaram a perseguir Gregório de Matos. Preso em 1694, foi deportado para Angola (África).
Depois de um tempo, ganha a autorização para retornar ao Brasil. Porém, vai viver na cidade de Recife. Nesta cidade, faleceu em 26 de novembro de 1696 de febre que havia contraído em Angola.
Ao retornar ao Brasil, passa a viver de trabalhos na área jurídica, mas também começa sua dedicação à literatura. Passa a escrever sátiras sobre a sociedade da época. Em função de suas críticas duras aos integrantes da sociedade (políticos, religiosos, empresários) ganhou o apelido de “boca do inferno”. Também escreveu poemas de caráter erótico e amoroso.
As autoridades locais começaram a ficar descontentes com as críticas e passaram a perseguir Gregório de Matos. Preso em 1694, foi deportado para Angola (África).
Depois de um tempo, ganha a autorização para retornar ao Brasil. Porém, vai viver na cidade de Recife. Nesta cidade, faleceu em 26 de novembro de 1696 de febre que havia contraído em Angola.
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